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Espaco_permeavel__pós_vazamento.jpg
espaço-tempo permeável
2016-
2018-2020-

Mosaico fotográfico
49 impressões fotográficas presas por ímãs de neodímio à base metálica rente à parede  
32 x 24 cm cada módulo (folha)

Espaco_permeavel__pós_vazamento.jpg

O mosaico fotográfico composto por 49 módulos (impressões) restitui o trabalho Espaço Permeável (2002) que foi afetado por um vazamento d’água ocorrido em 2015. O objeto original é uma fotomontagem feita com duas grandes fotografias analógicas de paisagem – céu e mar. As fotos foram completamente fragmentadas e remontadas numa colagem manual restituindo a cena como um quebra-cabeças, porém, algumas peças eram trocadas de lugar seguindo a simetria reversa com o fragmento correspondente na outra imagem, criando áreas em que o mar se torna céu e nuvens viram ondas. Assim, as fronteiras entre figura e fundo se mesclavam na representação evocando metaforicamente o ciclo das águas. Porém, por ironia do destino, o acidente que diluiu a superfície fotográfica tornou a metáfora num fato. Espaço-Tempo Permeável surgiu como um projeto capaz de manter vivo este trabalho em seus desdobramentos, já que Espaço Permeável se tornara um habitat fértil para os fungos que se proliferaram nas condições adversas do habitat alagado. É como uma memória prospectiva, no sentido que registra a obra em processo de decomposição, mas por outro lado se abre à infinita variação das possibilidades de recomposição.

O procedimento de reprodução da obra Espaço Permeável (2002) respeita a escala real do módulo original, ou seja, na impressão da obra derivada o módulo representado também mede 8 x 8 cm. O módulo de Espaço-Tempo Permeável (2016 - ), 32 x 24 cm, corresponde a 12 módulos da obra original, de forma a obter maior aproveitamento na cobertura da superfície reproduzida (a perda era inevitável, mas nessa proporção foi a menor possível, apenas uma coluna de 8 cm).

 

Inicialmente concebido para ser um livro (portanto o módulo corresponderia ao tamanho da página de 32cm x 24cm), o projeto acabou tendo sua primeira materialização na forma de uma instalação de parede comissionada para a exposição Antilogias: o Fotográfico na Pinacoteca. Cada módulo fotográfico é sustentado em seus quatro cantos por ímãs de neodímio atraídos pelas linhas de base formadas com ripas metálicas presas na parede no caso da montagem em núcleo, ou sobre pequenas placas metálicas, no caso da montagem dispersa. É normal que o papel reaja fisicamente à variação climática e ação da gravidade, por não estar aderido a nenhuma superfície rígida, mas tais efeitos sutis no corpo da imagem se enquadram ao contexto maleável do projeto. Entretanto, na montagem agrupada as impressões possuem uma sangria de 0,5 cm apenas na parte inferior das cópias posicionadas até a penúltima fileira horizontal, a fim de evitar brechas na transição vertical entre os módulos. Assim, a metodologia de montagem na versão agrupada implica em começar a distribuição de cima para baixo, de forma que a sequência inferior seja presa sobre o rodapé das imagens posicionadas acima com o mesmo ímã, recobrindo justamente 0,5 cm da sangria. 

Desmontagem Espaço-Tempo Permável
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Já no caso da montagem expandida, mantém-se a sangria apenas nas folhas unidas verticalmente. O método de distribuição dos fragmentos é aberto às influências externas, e quem estiver próximo estará convidado a participar do processo compositivo. Quando a montagem é interativa apenas no período que precede à inauguração da mostra, a instauração da obra não é exatamente um ato performático (no sentido de ser uma apresentação pública) mas tem um caráter de ação experimental aberta às influências locais, sejam elas respostas à arquitetura ou à opinião das pessoas presentes no ambiente. Por último, existe a possibilidade apenas teorizada, de execução ainda inédita, que seria a impressão em material manipulável disposto à interação pública total, sobre uma parede revestida com placa de aço-inox. 

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