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náufragos na correnteza do tempo
Exposição na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre
de 08/12/2018 a 03/03/2019

O conjunto de trabalhos apresentado nesta exposição foi desenvolvido a partir da ressignificação das obras atingidas por um vazamento de água ocorrido no meu antigo atelier em Porto Alegre. A aceitação da perda parece ser facilitada quando tratada como matéria-prima fértil a outros desdobramentos criativos.

Acidentes nos expõem à fragilidade da existência. Despertam a consciência de que a finitude é inevitável. Mas, todo fim é também recomeço.

Uma correnteza se caracteriza pela zona em que o fluxo de água está mais veloz, acima da média local. Por vivermos em um país tropical, naturalmente enfrentamos dificuldades na conservação das obras de arte, especialmente as de base fotográfica. Entretanto, o que aconteceu com tais trabalhos (reelaborados para esta exposição) foi totalmente atípico. O apartamento esteve fechado por três meses na época do ocorrido. Em função disto, em seu interior criou-se um microclima onde a água retida entrou em contínuo ciclo de condensação e evaporação. Era como se chovesse ali dentro, literalmente. As obras e todo o resto entraram num acelerado processo de transformação – fermentando, derretendo as superfícies, decompondo as estruturas. Mas o que normalmente seria considerado como uma fatídica degradação, aqui é tomado como possibilidade de transmutação.

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